Muito se tem falado no Covid-19. Há quem diga já chega, mas confesso que tenho ainda muitas dúvidas sobre o real impacto desta pandemia na nossa forma de estar, de trabalhar, de viver, futura.
E uma das dúvidas que tenho é se o teletrabalho chegou para ficar?!
Tenho assistido a pessoas em casa, a desesperar para conciliar tarefas domésticas, aulas online das crianças e teletrabalho. Mas, por outro lado, há também quem assuma que ganhou qualidade de vida com o teletrabalho: quem se tenha tornado mais produtivo, mais eficiente e ganho uma a duas horas de tempo livre (anteriormente “gastas” no transito).
Neste momento, várias empresas se questionam se não fará sentido manter os colaboradores em teletrabalho, reduzindo assim horas improdutivas, rendas de espaços, custos com energia, encargos com deslocações.
E vários colaboradores se perguntam se realmente fará sentido, voltar a um sistema de trabalho das 9:00 às 18:00, no escritório, a enfrentar o transito de manhã e ao fim do dia …(mesmo aqueles que hoje desesperam com as crianças em casa em aulas online, sabem que, mais cedo ou mais tarde, as crianças voltarão à escola).
Fará realmente sentido?
Há na verdade um sem número de atividades e funções que, dada a tecnologia que dispomos atualmente, não exigem de todo a presença física, simultânea e em horário pré-definido de todos os colaboradores de uma empresa, num único espaço.
Por isso pergunto:
Será que o teletrabalho veio para ficar?
E, se sim,
Será que vamos assistir a uma significativa redução da procura pelos amplos espaços de escritórios, open-spaces, co-working?
Será necessária uma readaptação e reafixação desses espaços?
E nas nossas casas?
O Covid-19 já trouxe um evidente aumento de procura por terrenos, moradias ou apartamentos com terraço … será que a eventual implementação do teletrabalho de forma mais permanente, vai trazer para a pesquisa de uma casa o requisito de espaços individuais de trabalho?
Será que o quarto extra, o escritório, o “+1” se vai tornar requisito essencial?
Que impacto trará, esta eventual mudança na nossa forma de trabalhar, nos preços e rendas de imóveis comerciais e escritórios?
Creio que estes próximos meses serão cruciais para percebermos a permanência destas mudanças mas, será importante começarmos a refletir e a preparar, em termos de oferta de mercado, estas eventuais futuras necessidades.