Apenas porque considero que, de vez em quando, faz bem pormo-nos em causa 🙂
Este mês de Outubro começou com um fim de semana prolongado. O último deste ano de 2020.
Decidi concretizar um projeto (poderei chamar-lhe um sonho ? 🙂 ) já de longa data e mudei de casa … por 3 dias!
A quatro, em família, alugamos uma pequena auto caravana e fomos viver em pouco mais que 10 metros quadrados sobre rodas.
As quatro rodas e cerca de 1500 kms permitiram (re)visitar as que considero serem as praias mais bonitas de Portugal – Portinho da Arrábida e toda a costa do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, contemplar as paisagens do Alqueva e sentir a magia da Planície Alentejana.
A “nova” casa, de 10 metros quadrados, permitiu as conversas, a música, a leitura, o sono, o riso, as “neuras”, as refeições, as noites (bem ?) dormidas, o sentir o ar do mar e da terra, o apreciar as estrelas e um fantástico convívio com a natureza.
A “nova” casa forçou-me a repensar o tradicional conceito de casa. Afinal, o que realmente precisamos na nossa casa?
Será suficiente e importante dispormos de uma área generosa? Ou será mais relevante a forma como aproveitamos e rentabilizamos o espaço?
Terão que ser as zonas de habitação estanques, ou fará mais sentido adaptarmos um mesmo espaço a vivências e utilidades diferentes, em função da hora do dia e da nossa própria rotina que, afinal, pode mudar de um momento para o outro?
Precisaremos realmente de espaços, na nossa casa, para estarmos sozinhos, para relaxar, ou deveremos usar mais “o mundo”, abrir a porta e apreciar o exterior, naqueles momentos em que faz falta respirar fundo?
Foram apenas 3 dias!
3 curtos dias mas desafiantes.
Foi necessário viver de outra forma, pormo-nos em causa, adaptarmos-nos. E ficou a pergunta: estaremos nós, nas nossas casas, demasiado acomodados com uma forma de estar e de utilizar a casa que poderá não ser a mais … diria, eficiente?
Foi bom voltar a casa, ao conforto da nossa cama, do nosso sofá. Mas ficou a interrogação … afinal, o que estarei a perder, a não viver, a não sentir, ao escolher morar no que sempre me “ensinaram” que deveria ser a minha casa?!