Crise imobiliária à vista? Aumento das taxas de juro e instabilidade geram preocupação

Este ano de 2023 tem sido pautado por alguma incerteza no mercado imobiliário.

O aumento das taxas de juro, a instabilidade causada pelo anúncio das medidas do pacote “Mais Habitação”, o fim (?!) dos vistos gold, o aumento da inflação, tem criado muita expectativa e até alguma ansiedade, relativamente à evolução do mercado mobiliário.

São muitas e constantes as noticias e as previsões, muitas vezes até contraditórias.

Mesmo cingindo-nos a fontes fidedignas, é difícil perceber a real tendência do mercado atual.

Senão, vejamos alguns dos recentes títulos da Confidencial Imobiliário:

  • “Venda de casas cresce 6,4% em Maio, após um ano de quebras” 
  • “Preços da habitação desaceleram, atingindo variação mensal de 0,6% em maio”
  • “Incerteza e aumento das taxas de juro pressionam vendas de habitação”
  • “Aumento dos preços no Porto desacelera para 13,7% no 1º trimestre de 2023”
  • “Preços da habitação em Lisboa intensificam subida para 7,7% no 1º trimestre do ano”
  • “No arrendamento, as rendas registam uma forte aceleração, refletindo o acentuar da escassez de oferta e uma postura defensiva dos proprietários.”

Assim, e concluída a primeira metade do ano, optei por recorrer aos números, de forma a perceber o que está, de facto, a ocorrer.

Decidi analisar as transações efectivamente realizadas pela rede Remax (transações em que me é possível conhecer os reais valores de venda) e o mercado residencial (apenas apartamentos) das 7 freguesias do Porto.

Este é o resultado, do comparativo do preço de venda/m2 do 1º semestre de 2023, face ao período homologo de 2022:

O que é possível concluir:

  • A tendência de evolução dos preços é de crescimento contido, com excepção de Ramalde, onde os preços se mantiveram estáveis e em Campanhã, onde registamos uma muito ligeira descida;
  • O maior crescimento (23%) deu-se na união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde;
  • O centro histórico mantém-se como a freguesia de preço/m2 mais elevado, tendo ultrapassado os 3.000€/m2;
  • Campanhã mantém-se como a freguesia de preço/m2 mais baixo, ligeiramente inferior ao 2.000€/m2.

Assim, e apesar de algumas expectativas, incertezas e notícias, o mercado imobiliário no Porto continua a revelar uma grande “maturidade”, com uma evolução equilibrada e sustentada.

Sobre o comportamento futuro, só os números permitirão perceber a evolução, mas, a minha expectativa é que a estabilidade registada neste 1º semestre seja passível de manter na segunda parte do ano.

Espero que esta informação seja útil.

Contacte-me, para mais detalhe, se tiver interesse em alguma informação mais específica.

Fico ao dispor.

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