Contrato de Comprador….uma realidade em Portugal?

 

A pensar em comprar casa?

Então a minha pergunta é mesmo para si!

Muito se tem falado ultimamente em contrato de comprador.

Algo já banal em alguns países como EUA, Canada, Inglaterra e outros mas ainda puramente teórico em Portugal.

Em Portugal, tradicionalmente, o consultor imobiliário vende casas, tem um conjunto de imóveis em carteira, que promove, publicita, em busca do comprador certo. 

Tendo por base um contrato estabelecido com o proprietário, assegura a comercialização do imóvel, a negociação e a venda, recebendo no final, do seu cliente proprietário, a correspondente comissão, constituindo esta a remuneração por todo o trabalho desenvolvido.

Mas há também o outro lado do negócio. Há alguém que procura uma casa, alguém com requisitos específicos, com limitações, com expectativas, muitas vezes com falta de tempo e urgência.  Há alguém que não conhece o processo de compra, os valores de mercado, as obrigações burocráticas, os impostos, as condições de crédito, mas que precisa de uma casa.

Há alguém que recorre a um ou muitas vezes a vários consultores imobiliários para, de uma forma tantas vezes aleatória, obter ajuda neste processo de pesquisa e compra de casa.

E esse alguém, o comprador, vai ser acompanhado de forma gratuita pelo consultor que, na verdade, representa formalmente, pois existe um contrato de representação, algum ou alguns proprietários vendedores.

Não existe aqui conflito de interesses?

Não existe aqui desigualdade no acesso a um serviço de consultoria imobiliária?

Não faz sentido que o comprador que precisa de um serviço imobiliário contrate de forma profissional um consultor, após um processo de seleção criteriosa, apresentação de um plano de serviços e estabelecimento de um contrato de prestação de serviço?

A maioria dos proprietários em Portugal ja perceberam a importância do serviço imobiliário na defesa dos seus interesses.

Estarão os compradores conscientes e interessados num serviço imobiliário que defenda os “seus” interesses?

Estarão os consultores preparados para, de forma sistemática e profissional, prestar um serviço de consultoria que constitua uma real mais valia para os compradores?

Estarão estes preparados para remunerar esse serviço?

Fará sentido alguma especialização da parte dos consultores?

Há dias um comprador estrangeiro, numa primeira reunião de qualificação, transmitiu-me desde logo que pretendia um contrato de prestação de serviço de forma a garantir o nível de serviço adequado e alguém que defenda os seus interesses. Estará certo este cliente?

Fará sentido para todos os compradores?

Muitas perguntas sim, mas hoje a minha pergunta é realmente para si, que está actualmente a ponderar comprar casa.

Faz sentido para si um contrato de prestação de serviço imobiliário? 

Em que moldes?

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